Esse tal de amor e outros sentimentos cruéis

Sobre o livro

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“Só escreve algumas coisas que você tiver afim e tudo certo”, diz meu amigo-irmão no final do e-mail-convite.  É uma honra. É madrugada. Começo a ler. Não consigo parar. Não consigo porque me identifico.  Vou direto.  Até o fim. “O Amor que Divide”, “Dona Maria”, “Zé Branco”,  “Everton”, “Paulo de Tharso”. Porque tudo que você vai ler aqui faz parte da gente. Coisas que matamos, que enforcamos, que escondemos e que aqui são expostas. O Cara que escreve mete o coração no teclado. Sem dó. Mostra as nossas feridas, cicatrizes. Mostra do que somos feitos.  
Uma vez eu liguei pro Marião, de madrugada, mal pra caralho, desejando morrer, sumir.  Ele me disse o seguinte: “Essa vida é uma bosta mesmo, Cassiano. Mas a gente entorna essa merda, meu irmão”.
 
Sabemos como tudo isso acaba. A baleia gigante (Moby Dick) tá dando um tempo. É só uma trégua. “Mas tá tudo certo”, diz o capitão, o Grande Zagueiro – que já convocou o time.  Ele disse que não precisa pressa. Eu confio nele. Ele nunca mentiu pra mim. Sou ansioso. Tento me segurar. Pequenos gestos, feitos com o coração, podem muita coisa. Podem nos salvar. Salvar-nos da completa morte. Em vida. Que é a pior.
 
Cassiano Antico – amigo do Mário e autor do livro “Fratura Exposta”.  

Leia um trecho

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Sobre o autor

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Mário Bortolotto nasceu em Londrina-PR, em 1962. Depois de fazer seus estudos do Ensino Médio em seminário, passa a se dedicar à literatura e ao teatro. Em 1982, com Lázaro Câmara e Edson Monteiro Rocha, funda o grupo de teatro Chiclete com Banana que passa a chamar-se Cemitério de Automóveis, em 1987. Depois de temporadas em Londrina e Curitiba, o grupo transfere-se para São Paulo, em 1996. O primeiro espetáculo na capital paulista é "Medusa de Rayban", que rendeu ao grupo vários prêmios importantes. Em 2000, o autor recebeu o Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), de melhor autor do ano pelo conjunto da obra. Em 2001, recebe o Prêmio Shell de melhor autor por "Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet", peça que foi publicada também em livro, no Brasil e na França, também adaptado para o cinema. Além de atuar, escrever e dirigir, também é vocalista e compositor da banda “Saco de Ratos”. Desde 2013 é um dos sócios do Teatro e Bar Cemitério de Automóveis. Tem 13 livros publicados, entre coletâneas de peças de teatro, poesia, romances, contos e crônicas.  

 

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